Brasileiros (2006)
Em 2006, planejei uma missão exploratória para fotografar os habitantes que moram ao longo do rio São Francisco. A viagem de 45 dias, da nascente até a foz do Velho Chico, rendeu não apenas minha primeira série fotográfica, intitulada “Brasileiros”, como acabou sendo fonte de inspiração que continuou a moldar minha forma de enxergar as cores e as texturas.
Ali, conheci gente simples, iletrada, esquecida pela sociedade. Gente guerreira, com brilho nos olhos.
Sexual Colors (2009)
O homem se transforma em uma instalação artística, o ensaio em uma performance. O corpo como tela, como base, como energia vital. Somos seres líquidos. Suor e lágrimas, prazer e dor. Somos naturalmente essa explosão. Aqui não existe a sensualidade da nudez, o sentimento surge além da imagem, na intensidade das cores, no desenho da tinta no ar, nas camadas que escondem e revelam. Um mergulho que desperta nossos sentidos. Saio da câmera e passo a trabalhar diretamente com a mão na tinta, desenhando, cobrindo e raspando.
Naïve (2012)
A inocência do ser humano que se acha superior à natureza é o ponto de partida desta série. A cara seca craquelada não tem cor, ela é a base para elementos como flores, frutos e insetos. O enquadramento limita e mostra apenas a cabeça, o essencial. Ela representa a ganância do homem. Essa instalação cria um efeito inédito, até certo ponto perturbador. Uma expressão filosófica da submissão do homem perante a natureza.
Sans Tache (2014)
A expressão francesa sans tache significa “sem marcas”, imaculado. A série trata da obsessão das pessoas em negar as próprias cicatrizes. Este ensaio mostra que a partir do momento em que nascemos já somos poluídos pela vida e que viver marca.Inspirado na luz sombria de Caravaggio e na arte barroca renascentista, as imagens transmitem a sensação de seres embalsamados, submersos ou mesmo levitando. Para mostrar que mesmo congelados no instante fotográfico o tempo também vai passar.
I_AM_ONLINE (2016)
O sufocamento do ser humano, causado pelo excesso da conectividade nas redes sociais, faz com que a nossa geração não esteja aqui, no presente. Passamos a maior parte do tempo julgando um mar de informações que passa diante de nossos olhos, hipnotizados. O problema está em como dialogamos com a verdade. Essa performance claustrofóbica quer representar cada um de nós. I_am_online usa a linha e mostra uma experiência sensorial de cor e textura.
Antes nua do que sua (2016)
I Am Light (2018)
Nesta série, convido o espectador para olhar a si próprio e buscar a compreensão de que tudo o que precisamos está dentro de nós mesmos. Aqui, quero mostrar que o ser humano é luz e é de dentro dele que parte um universo infinito de possibilidades. Utilizando diversas técnicas para representar essa iluminação espiritual, os modelos cobertos de glitter desenham no ar. Fecho este ciclo da forma mais fotográfica possível mostrando que a fotografia também é pintar com a luz.
SÓ-M-ÒS (2020)
Essa série de imagens foi criada por Gabriel Wickbold durante o período de isolamento da pandemia de 2020. Ela busca representar o local transitório entre a perda de uma conexão física e o desejo de contato. Ela traz com a ela a melancolia do distanciamento e a energia da fricção.
As obras exploram uma linguagem híbrida entre a fotografia de estudio, a manipulação digital e a pintura diretamente sobre a imagem. É um processo onde existe acumulação e perda, sobre as imagens turvas nos questionamos se estamos deixando de ver algo conhecido ou se estamos no caminho de enxergar algo novo.